Pentaphylacaceae

Ternstroemia brasiliensis Cambess.

LC

EOO:

3.101.862,658 Km2

AOO:

840,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Vieira e Sampaio, 2020), com distribuição: no estado da Bahia — nos municípios Abaíra, Alcobaça, Anagé, Belmonte, Caravelas, Castro Alves, Entre Rios, Ibirapitanga, Itacaré, Lençóis, Maraú, Mata de São João, Mucugê, Nova Viçosa, Palmeiras, Porto Seguro, Prado, Rio de Contas, Rio do Pires, Salvador, Santa Cruz Cabrália e Una —, no estado do Ceará — no município Ipueiras —, no estado do Espírito Santo — nos municípios Conceição da Barra, Guarapari, Linhares, Presidente Kennedy, Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, Vila Velha e Vitória —, no estado de Minas Gerais — nos municípios Barroso, Bom Sucesso, Caeté, Carandaí, Carrancas, Catas Altas, Conceição do Mato Dentro, Congonhas, Diamantina, Grão Mogol, Itabirito, Jequitinhonha, Lavras, Lima Duarte, Luminárias, Mariana, Nova Lima, Ouro Preto, Poços de Caldas, Rio Acima, Rio Pardo de Minas, Santa Rita de Jacutinga, Santo Antônio do Amparo, São João do Manhuaçu, São Roque de Minas e São Sebastião do Paraiso —, no estado do Paraná — nos municípios Antonina, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Colombo, Guaraqueçaba, Guaratuba, Jaguariaíva, Matinhos, Morretes, Paranagua, Paranaguá, Piraquara, Pontal do Paraná, Quatro Barras, Tijucas do Sul e Ventania —, Rio De Janeiro — nos municípios Casimiro de Abreu, Itatiaia, Macaé, Magé, Mangaratiba, Maricá, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Paraty, Petrópolis, Quissamã, Rio das Ostras, Rio de Janeiro e Saquarema —, no estado do Rio Grande do Sul — nos municípios Arroio do Sal, Pelotas, Santo Antônio da Patrulha, Torres e Tramandaí —, no estado de Santa Catarina — nos municípios Araquari, Araranguá, Balneário Arroio do Silva, Barra do Sul, Botuverá, Capivari de Baixo, Florianópolis, Garopaba, Guabiruba, Ilhota, Itapoá, Jaguaruna, Laguna, Palhoça, Paulo Lopes, Porto Belo, São Bento do Sul, São Francisco do Sul e Sombrio —, no estado de São Paulo — nos municípios Angatuba, Bertioga, Bofete, Campinas, Campos do Jordão, Cananeia, Cananéia, Capão Bonito, Caraguatatuba, Cássia dos Coqueiros, Cunha, Espírito Santo do Pinhal, Franco da Rocha, Iguape, Ilha Comprida, Itanhaém, Itapetininga, Itapeva, Jundiaí, Mongagua, Monte Alegre do Sul, Pardinho, Pariquera-Açu, Pariquera-Açú, Peruíbe, Presidente Alves, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Paulo e Ubatuba —, e no estado de Sergipe — no município Santo Amaro das Brotas.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2021
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Lucas Jordão
Categoria: LC
Justificativa:

Ternstroemia brasiliensis ocorre na Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, em diferentes fitofisionomias. Apresenta EOO= 2628133km² e mais de 10 situações de ameaças. Esse valores de EOO e o número de situações de ameaça, extrapolam os limiares para a inclusão da espécie em uma categoria de ameaça. Somado à isso, não existem dados de declínios populacionais para aplicação de outros critérios. Assim, T. brasiliensis foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento. Demandando assim, ações de pesquisa (tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Possivelmente extinta? Não
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 LC

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Fl. Bras. Merid. (quarto ed.) 1(8): 298, 1825 [1828]. É reconhecida pelas folhas 4–10,5 cm, pecíolo 5–20 mm, pétalas unidas até quase a metade, conectivo ca. 1 mm prolongado no ápice, subulado, estigma punctiforme (Bittrich e Weitzman, 2002). Popularmente conhecida como pororocão, pororoca vermelha, pinta-noiva, pinta-moça, guanandi-mole, mangue-de-formiga, bengue, bajuruvoca e majuruvoca (Vieira e Sampaio, 2020). A espécie apresenta grande plasticidade foliar, suas folhas podem variar de pequenas (3 x 1,5 cm) obovadas ou oblanceoladas, de margem denticulada, das populações dos estados do Sul e Sudeste brasileiros, até folhas grandes (16 x 5,3 cm), com margem inteira nas populações do norte de Minas Gerais e nordeste brasileiro (Vieira, 2020), podendo dessa forma ser dividida em 4 ou 5 morfotipos separados de acordo com o porte, tamanho e forma das folhas, das flores e dos frutos, além do número de lóculos de ovário e de sementes por lóculo.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: A espécie tem potencial como medicinal (Tropical Plants Database, Ken Fern, 2021).

População:

Flutuação extrema: Desconhecido

Tempo de geração:

Detalhes: range 60 /180
Justificativa:

Segundo as informações fornecidas pelo especialista, o tempo de geração estimado para esta espécie é de 5 – 15 anos (J.A. Vieira com. pess. 2021).

Detalhes: Num trecho de 1,08 hectare de floresta estacional semidecidual em Lavras (MG), Castro (2004) registrou em relação à espécie: valor de importância de 1,17, 10 indivíduos, dominância absoluta de 16,67, e frequência absoluta de 18,52. Num trecho de 5,42 hectares em no Parque Estadual Paulo Cesar Vinha, em Guarapari (ES), Vitor (2016) registrou em relação à espécie: 7 indivíduos, densidade absoluta de 0,13, densidade relativa de 0,16, abundância de 0,005, dominância relativa de 0,04, frequência absoluta de 0,04, frequência relativa de 0,32, valor de cobertura de 0,21 e valor de importância de 0,52. Num trecho de Floresta Ombrófila Mista Altomontana com área total de 0,5 hectares, localizado em uma Unidade de Conservação de proteção integral denominado Parque Estadual da Serra do Papagaio, foi registrado em relação à espécie: densidade absoluta de 4/hectare, frequência absoluta de 2, densidade relativa de 17%, dominância relativa de 11%, frequência relativa de 66%, valor de importância de 31% (Santana et al., 2018).
Referências:
  1. Santana, L.D., Ribeiro, J.H.C., Ivanauskas, N.M., Carvalho, F., 2018. Estrutura, diversidade e heterogeneidade de uma floresta ombrófila mista altomontana em seu extremo norte de distribuição (Minas Gerais). Cienc. Florest. 28, 567.
  2. Vitor, V.C., 2016. Populações ativas de Acacia auriculiformis em unidades de conservação - perigo de bioinvasão? (Dissertação de mestrado). Universidade Vila Velha, Vila Velha.
  3. Castro, G.C., 2004. Análise da estrutura, diversidade florística e variações espaciais do componente arbóreo de corredores de vegetação na região do Alto Rio Grande, MG. (Dissertação de mestrado). Universidade Federal de Lavras, Lavras.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, bush
Biomas: Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado
Vegetação: Área antrópica, Campo de Altitude, Campo Rupestre, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista, Restinga
Habitats: 14.6 Subtropical/Tropical Heavily Degraded Former Forest, 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude Shrubland, 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 3.5 Subtropical/Tropical Dry Shrubland, 13.3 Coastal Sand Dunes
Detalhes: Árvore ou arbusto com até 12 m de altura (Vieira e Sampaio, 2020). Ocorre na Caatinga, Mata Atlântica e Cerrado, em Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Semidecidual, Campo de Altitude, Campo Rupestre, Restinga e Área antrópica (Vieira e Sampaio, 2020). Ternstroemia brasiliensis é a espécie com maior distribuição territorial do gênero no Brasil, ocorrendo do Rio Grande do Sul ao Alagoas, principalmente em área de restinga.
Referências:
  1. Vieira, J.A., Sampaio, D., 2020. Pentaphylacaceae. Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB12575 (acesso em 08 de setembro de 2021)

Reprodução:

Detalhes: Coletada com flores de setembro até junho, com frutos de fevereiro até agosto (Bittrich e Weitzman, 2002).
Referências:
  1. Bittrich, V., Weitzman, A., 2002. Phytolaccaceae, in: Wanderley, M., Shepherd, G., Giulietti, A., Melhem, T., Bittrich, V., ameyama, C. (Eds.), Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 2. Instituto de Botânica, São Paulo.

Ações de conservação (7):

Ação Situação
5.1.3 Sub-national level on going
A espécie foi avaliada como Em Perigo (EN)[B1ab(i,iii)] na lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado do Rio Grande do Sul (Rio Grande do Sul, 2014).
Referências:
  1. Rio Grande do Sul, 2014. Lista de espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no Estado do Rio Grande do Sul. Decreto nº 52.109, 01/12/2014, Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Sul, 02/12/2014, nº 233, pp. 2-12. URL http://www.al.rs.gov.br/filerepository/repLegis/arquivos/DEC%2052.109.pdf (acesso em 14 de setembro de 2021).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente-SEA: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015).
Referências:
  1. Pougy, N., Verdi, M., Martins, E., Loyola, R., Martinelli, G. (Orgs.), 2015. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional. CNCFlora: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Laboratório de Biogeografia da Conservação: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 100 p.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da região de Grão Mogol - Francisco Sá (Pougy et al., 2015).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Maurenza, D., Loyola, R., Martinelli, G. (Orgs.), 2015. Plano de Ação Nacional para a Conservação da Flora Ameaçada de Extinção da Região de Grão Mogol - Francisco Sá. CNCFlora: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Laboratório de Biogeografia da Conservação: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 76 p.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional Lagoas do Sul para a conservação da flora melhorar o estado de conservação das espécies ameaçadas e dos ecossistemas das lagoas da planície costeira do sul do Brasil (ICMBio, 2018).
Referências:
  1. ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2018. Portaria nº 751, de 27 de agosto de 2018. Diário Oficial da União, 29/08/2018, Edição 167, Seção 1, p. 54. URL https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-pan/pan-lagoas-do-sul/1-ciclo/pan-lagoas-do-sul-portaria-aprovacao.pdf (acesso em 06 de outubro de 2021).
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Campinas - 18 (MG, SP), Território PAT Paraná-São Paulo - 19 (PR, SP), Território PAT São Paulo - 20 (SP), Território São João del Rei - 29 (MG), Território Rio de Janeiro - 32 (RJ), Território PAT Capixaba-Gerais - 33 (ES), Território Itororó - 35 (BA), Território PAT Chapada Diamantina-Serra da Jiboia - 39/40 (BA), Território PAT Espinhaço Mineiro - 10 (MG).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Baía de Camamu, Área de Proteção Ambiental Campos do Jordão, Área de Proteção Ambiental Corumbataí, Botucatu e Tejupá - Perímetro Botucatu, Área de Proteção Ambiental Costa de Itacaré/Serra Grande, Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João - Mico Leão, Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, Área de Proteção Ambiental da Lagoa Grande, Área de Proteção Ambiental da Pedra Branca, Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, Área de Proteção Ambiental de Cananéia-Iguapé-Peruíbe, Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, Área de Proteção Ambiental de Massambaba, Área de Proteção Ambiental de Petrópolis, Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande, Área de Proteção Ambiental do Boqueirão da Mira, Área de Proteção Ambiental do Entorno Costeiro, Área de Proteção Ambiental do Iraí, Área de Proteção Ambiental Estadual da Escarpa Devoniana, Área de Proteção Ambiental Estadual de Guaratuba, Área de Proteção Ambiental Ilha Comprida, Área de Proteção Ambiental Jundiaí, Área de Proteção Ambiental Lagoas e Dunas do Abaeté, Área de Proteção Ambiental Marimbus/Iraquara, Área de Proteção Ambiental Municipal do Capivari-Monos, Área de Proteção Ambiental Piracicaba Juquerí-Mirim Área II, Área de Proteção Ambiental Ponta da Baleia/Abrolhos, Área de Proteção Ambiental Rio Batalha, Área de Proteção Ambiental Santo Antônio, Área de Proteção Ambiental Serra do Barbado, Área de Proteção Ambiental Sul-Rmbh, Área de Relevante Interesse Ecológico Zona de Vida Silvestre daÁrea de Proteção Ambiental da Ilha Comprida, Estação Ecológica Chaúas, Estação Ecológica da Ilha do Mel, Estação Ecológica do Guaraguaçu, Monumento Natural Municipal Serra da Ferrugem, Parque Estadual da Costa do Sol, Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Parque Estadual da Serra do Mar, Parque Estadual de Itapeva, Parque Estadual do Boguaçu, Parque Estadual Restinga de Bertioga, Parque Estadual Serra Nova e Talhado, Parque Nacional da Chapada Diamantina, Parque Nacional da Serra do Gandarela, Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange, Parque Nacional do Itatiaia, Parque Nacional do Superagui, Parque Natural Municipal da Lagoinha do Leste, Parque Natural Municipal Morro do Baú, Parque Natural Municipal Vale do Mulembá, Reserva Biológica da Mata Escura, Reserva Biológica do Tinguá, Reserva Estadual de Desenvolvimento Sustentável Concha D´Ostra, Reserva Extrativista de Cassurubá e Reserva Extrativista Mandira.

Ações de conservação (3):

Uso Proveniência Recurso
3. Medicine - human and veterinary natural root
Um triterpeno com atividade antitumoral foi isolado das raízes (Tropical Plants Database, Ken Fern, 2021).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, Ken Fern, 2021. tropical.theferns. info. URL http://tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Ternstroemia+brasiliensis (acesso em 01 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
3. Medicine - human and veterinary natural leaf
Relata-se que as folhas têm usos medicinais (Tropical Plants Database, Ken Fern, 2021).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, Ken Fern, 2021. tropical.theferns. info. URL http://tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Ternstroemia+brasiliensis (acesso em 01 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
3. Medicine - human and veterinary natural stalk
A casca é adstringente e usada no tratamento da diarreia (Tropical Plants Database, Ken Fern, 2021).